A vitamina D é frequentemente apontada como essencial para a saúde óssea e imunológica. No entanto, será que todo mundo precisa suplementá-la? Com prateleiras de farmácias repletas de opções, surge a dúvida: esses suplementos realmente fazem diferença? Neste artigo, vamos desvendar esse mistério com base nas mais recentes evidências científicas e descobrir se você de fato precisa de suplementos de vitamina D.
O Mercado Crescente da Vitamina D
Ao visitar uma farmácia, é comum encontrar uma ampla variedade de suplementos de vitamina D, com dosagens que variam de 400 a 10.000 UI. Mas, afinal, quem está comprando todos esses produtos? Com tantas opções disponíveis, surge um questionamento importante: existe, de fato, uma necessidade real para a população em geral?
As Duas Principais Abordagens para a Suplementação
Historicamente, há duas formas principais de decidir sobre o uso da vitamina D:
- Medir os níveis sanguíneos e suplementar apenas quando estiverem abaixo de 20 ou 30 ng/mL.
- Prescrever uma dose padrão para grupos específicos, como idosos, crianças e gestantes.
A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA (USPSTF) analisou a primeira abordagem e, surpreendentemente, não encontrou evidência suficiente de que corrigir a deficiência traga benefícios concretos. Por outro lado, a Sociedade de Endocrinologia, por meio do The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, recomenda a suplementação para idosos, gestantes e pessoas com pré-diabetes.
A Polêmica das Diretrizes Contraditórias
Essa diferença de opinião entre entidades médicas gerou grande controvérsia. Em 2024, a USPSTF publicou um rascunho de diretriz desencorajando adultos com mais de 60 anos a tomarem vitamina D para prevenção de fraturas e quedas. Segundo o estudo, independentemente da dose ou duração do uso, os benefícios seriam irrelevantes ou inexistentes.
Por que as Conclusões São Diferentes?
A resposta pode estar nos diferentes critérios usados para revisar os estudos. A USPSTF, por exemplo, excluiu pesquisas com idosos que vivem em asilos. Essa decisão pode ter mascarado os benefícios da vitamina D para pessoas com osteoporose, demência ou fragilidade extrema. Por outro lado, a Sociedade de Endocrinologia considerou esses grupos na sua análise, chegando a uma conclusão diferente.
Quem Realmente Deve Tomar Vitamina D?
Com base nas evidências, apenas alguns grupos podem realmente se beneficiar da suplementação. Entre eles, destacam-se:
- Pessoas com diagnóstico comprovado de deficiência severa.
- Idosos institucionalizados ou com histórico de fraturas.
- Pacientes com doenças que comprometem a absorção de nutrientes, como doença celíaca ou de Crohn.
A Melhor Forma de Obter Vitamina D
A exposição ao sol é, sem dúvida, a maneira mais eficaz e natural de obter vitamina D. Pequenos períodos diários de banho de sol (entre 15 e 30 minutos, dependendo do tom de pele) podem ser suficientes para manter os níveis adequados.
Além disso, alguns alimentos podem contribuir significativamente:
- Peixes gordurosos, como salmão e sardinha.
- Gema de ovo.
- Fígado bovino.
- Alimentos fortificados, como leite e cereais.

Conclusão: Devo Comprar ou Não?
Se você é saudável e não pertence aos grupos de risco, a resposta é clara: guarde seu dinheiro. As diretrizes para médicos de atenção primária indicam que suplementar sem necessidade pode ser um grande desperdício. Em vez disso, priorize uma alimentação balanceada e uma exposição solar moderada.
Mais do que evitar gastos desnecessários, é fundamental lembrar que a vitamina D deve ser usada com responsabilidade e sempre sob orientação médica.
Fontes:
https://www.medscape.com/viewarticle/vitamin-d-save-your-money-2025a10002jo
https://www.scielo.br/j/abc/a/c8jsLQfhyjg6xQZ4gPsxMJp/
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