Recentemente, durante a virada do ano no litoral paulista, um surto de virose atingiu a região, resultando no aumento nos casos registrados e até mesmo em internações. Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, o agente etiológico responsável por essa onda de casos é o Norovírus, micro-organismo altamente transmissível que causa gastroenterite, a qual provoca fortes reações no sistema digestivo, como diarreia e vômito. Nesse artigo, vamos explorar mais o Norovírus e descobrir seus sintomas e como se prevenir.
O que é Norovírus?
O Norovírus é um agente infeccioso viral pertencente à família Caliciviridae caracterizado por sua facilidade de transmissão e resistência. O norovírus atua no organismo humano causando sintomas de gastroenterite, como vômito, dor de barriga e diarreia. Esses sintomas podem estar associados a febre, mal-estar e falta de apetite. Em casos mais graves, podem levar a desidratação, choque circulatório e até ao óbito. Os sintomas costumam aparecer entre 12 e 48 horas após o primeiro contato e são mais intensos nos primeiros 2 a 3 dias, mas em geral duram cerca de 3 a 7 dias.
É importante ter o conhecimento da origem dos sintomas, pois existem outros agentes infecciosos que causam reações semelhantes ao Norovírus. A abordagem terapêutica e os cuidados necessários variam a depender do organismo causador da doença, por isso, é preciso exames e história clínica bem documentada para decidir como proceder. No caso do Norovírus, assim como as gastroenterites virais de modo geral, o tratamento requer apenas cuidados assistenciais, como hidratação, até que o quadro se resolva sozinho.
Outra característica bastante evidente do Norovírus é sua capacidade de resistir a diferentes ambientes. O Dr. Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), explica “Sua capacidade de sobreviver em alimentos refrigerados ou aquecidos inadequadamente torna sua erradicação ainda mais desafiadora”.
Por que os casos de Norovírus aumentam no final do ano?
O Norovírus, como nós falamos, é um vírus que possui grande capacidade de transmissão, portanto se dispersa facilmente em locais muito movimentados. Por essa razão, ao final do ano, as praias se encontram como ambientes ideias para a proliferação desse micro-organismo. Isso se dá por conta do aumento da frequência de banho na água do mar, que está contaminada com Norovírus, e a maior densidade populacional dessas áreas, contribuindo para sua transmissão de pessoa para pessoa. A água salina é contaminada, muitas vezes, por esgoto não tratado que escoa para o mar e se torna local ideal para proliferação de agentes infecciosos, como norovírus, rotavírus e inúmeras bactérias.
Além disso, nessa época do ano, as altas temperaturas são predominantes. Essa condição favorece o crescimento de micro-organismos, sendo mais um fator causador do aumento dos casos de Norovírus.
Como se prevenir do Noravírus?
Primeiramente, é importante saber os grupos que são mais vulneráveis ao Norovírus. Se você ou a pessoa que você conhece é uma criança pequena, portadora de HIV, está em processo de quimioterapia ou faz uso de medicamentos imunossupressores, saiba que a chance de contrair os sintomas graves da doença é maior. Portanto, algumas dicas para se prevenir do Noravírus são:
- Higienizar as mãos constantemente com água e sabão
- Evitar locais com muita movimentação de pessoas, como as regiões litorâneas
- Se possível, não tomar banho de mar, mas caso for entrar, evitar ingestão da água e contato com os olhos
- Comer alimentos bem aquecidos e lavados
- Beber água filtrada, mineral ou fervida
- Usar máscaras
Essas são algumas recomendações essenciais para prevenir a infecção por Noravírus e evitar maiores problemas durante as viagens de final de ano. “Se deslocar para áreas litorâneas de grande aglomeração é um fator de risco para a diarreia. Então, deve-se beber sempre bastante água, já levar no kit viagem uma medicação para febre, vômitos e náuseas, porque isso pode já ser iniciado quando houver os primeiros sintomas sem necessitar procurar um atendimento presencial. Caso o quadro não melhore em três dias ou venha a piorar neste período, é importante um atendimento presencial”, explica Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Fontes:
https://portugues.medscape.com/verartigo/6512274#vp_3
https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/01/09/norovirus-veja-sintomas-tratamento-e-como-prevenir-infeccao.ghtml
https://link.springer.com/article/10.1007/s11894-006-0026-4
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